sábado, 5 de fevereiro de 2011

Depois de tanto tempo...

Enfim me encontro cara a cara com a liberdade, que tempo perdi enclausurado dentro destas muralhas, preso neste castelo habitado por fantasmas. Mas agora estou livre, os portões foram abertos, olho em frente até onde minha gasta visão permite e posso ver tantas coisas que sempre desejei e não podia  ter neste cárcere, mas o que mais me fascina são as coisas que ainda não conheço, as coisas que estão por vir, sinto que tenho todo mundo ao alcance de minhas mãos, posso escolher o caminho e posso mudar este caminho como eu desejar...
Mas de repente todas as estradas se transformam em apenas um caminho frente os meus olhos. Agora não existem mais fantasmas no caminho, apenas instintos, desejos, vontade de poder, vontade de criar novos mundos, desvendar novos segredos. Caminho em frente neste caminho, todavia há alguma coisa estranha, tenho a sensação de estar à beira de um abismo, onde estou prestes a cair, sinto o perigo que há em cada passo que dou, como cada jogada do xadrez que antecipa o xeque-mate. Estou prestes a perder o equilíbrio, andando por essa estreita estrada à beira desse abismo, olho para baixo e já não vejo o fim, olho para frente e a estrada parece ficar cada vez mais estreita, a queda é iminente, mas já não sinto medo, sinto na verdade vontade de mergulhar nesse abismo desconhecido, quero me lançar em queda livre, sem pensar em nada, quero ir até onde eu conseguir nessa escuridão, e se não houver nada em que me agarrar quando eu quiser parar, vou descobrir se realmente aprendi a voar, como a águia que eu observava todos dias pela janela do meu antigo cárcere, antiga amiga que eu amava tanto e que muito me ensinou.